Em Portugal, o Retalho Alimentar cresceu e manteve-se muito competitivo e promocional, com o consumidor a reagir positivamente às campanhas realizadas.
Em linha com os anos anteriores, o Pingo Doce reforçou a sua posição de mercado, alavancando de forma inovadora a sua capacidade promocional num dos pilares estratégicos de diferenciação – os Frescos. Esta nova dinâmica introduziu um regime de promoção mensal em vez de semanal, abrangendo uma enorme variedade de produtos. Manteve-se também a dinâmica das acções temáticas ao longo do ano.
Como resultado, as vendas totais cresceram 4,6% para 3,8 mil milhões de euros, revelando um desempenho notável ao nível do crescimento de 3,5% do LFL (excluindo combustível), a que se juntou a abertura de 10 novas lojas, oito das quais sob o conceito de conveniência Pingo Doce & Go.
Já o mercado Grossista voltou a ser dinamizado pelo sector do turismo. Neste contexto, a força da proposta comercial do Recheio permitiu-lhe beneficiar igualmente de um ambiente de consumo favorável, ajudando, assim, o segmento dos Hotéis, Restaurantes e Cafés. As vendas aumentaram 4% para os 980 milhões de euros, com um like-for-like de 4,4%. A Companhia fechou o ano com menos uma loja, terminando o mês de Dezembro com 42 localizações.
O segmento de Food Service reafirmou-se como um dos motores de crescimento da Companhia, tendo apresentado um crescimento de mais de 15%. O projecto Amanhecer cresceu organicamente, atingindo as 329 lojas parceiras, enquanto o segmento da Exportação conseguiu alargar o seu âmbito de actuação, com a entrada em novos mercados.
No que respeita os negócios ainda não lucrativos do Grupo, e apesar do impacto significativo da proibição de comércio aos domingos e de uma presença mais forte das categorias de Saúde e Beleza nos supermercados e discounters na Polónia, a Hebe viu as suas vendas crescerem 25% em 2018. Quando convertidas em euros, as vendas aumentaram 24,7% para os 207 milhões de euros, um desempenho que confirma que a sua proposta de valor se adequa ao mercado polaco e tem potencial para entregar valor no futuro próximo.
A Hebe conseguiu assim reforçar novamente a sua quota de mercado, tendo aberto 51 novas lojas (48 adições líquidas) e terminado o ano com uma rede total de 230 localizações, sendo a cadeia com maior crescimento no sector polaco da Saúde e Beleza e Cuidado Pessoal.
Na Colômbia, onde se realizaram eleições presidenciais que elegeram Iván Duque como o sucessor de Juan Manuel Santos, os sinais de estabilidade mantêm-se. O novo Governo pretende dar continuidade à receptividade e encorajamento do investimento privado e também a um conjunto de programas sociais iniciados pelo Executivo anterior.
Ao longo do ano, a Ara focou-se em alcançar ganhos de dimensão que lhe permitam, não só maximizar o seu efeito de escala, como também conquistar uma cada vez maior relevância no mercado colombiano.
Estes passos revelam-se fundamentais para o crescimento da densidade de vendas, com a oferta de melhores produtos e de maior valor acrescentado que contribuam também para o desenvolvimento de um mix de margem mais interessante, fundamental no caminho da rentabilidade.
Assim, a nossa cadeia colombiana de lojas de proximidade abriu 143 lojas em 2018, a um ritmo de uma nova localização a cada 2 dias e meio – num investimento que totalizou os 118 milhões de euros -, tendo fechado o ano com 532 lojas.
A Ara inaugurou ainda mais um Centro de Distribuição na região da Grande Bogotá, contando já com quatro unidades logísticas na Colômbia. As suas vendas atingiram os 599 milhões de euros, 47,9% acima do verificado em 2017. A taxa de câmbio constante, as vendas cresceram 53,9%.
Em conjunto, a Ara e a Hebe registaram, ao nível do EBITDA, perdas combinadas de 80 milhões de euros, valor que compara com perdas de 85 milhões de euros no ano anterior. A Ara foi responsável por cerca de 90% das perdas geradas, tendo, em moeda local, estabilizado este valor em relação ao ano anterior.
A Hebe, tal como esperado, registou uma redução das perdas geradas ao nível do EBITDA, embora o desempenho tenha sido impactado, em 2018, pela lei que restringe as aberturas de lojas aos domingos.
O EBITDA consolidado do Grupo como um todo cresceu 4,1% para os 960 milhões de euros, com a respectiva margem a fixar-se nos 5,5%, enquanto a solidez do balanço do Grupo se manteve inquestionável, com a dívida líquida a atingir os 80 milhões de euros e que se reflecte num gearing de uns meros 3,9%.
Estes resultados assumem especial relevância se considerarmos que o Grupo continuou a rever em alta os pacotes remuneratórios e as políticas de compensação dos seus colaboradores, nos três países.
Com base nesta situação financeira, o Conselho de Administração de Jerónimo Martins proporá à Assembleia Geral de Accionistas o pagamento de um dividendo de cerca de 204 milhões de euros relativo aos lucros do exercício de 2018. Esta proposta corresponde a um payout de 50% que se encontra em linha com a política de dividendos em vigor.
No Grupo Jerónimo Martins continuamos a acreditar que a nossa primeira responsabilidade é sermos rentáveis, pois só isso nos permite criar valor em todas as frentes. Acreditamos que a rentabilidade tem de andar de mãos dadas com a responsabilidade e, por isso, conduzimos os nossos negócios por forma a serem uma força de transformação positiva nas sociedades e comunidades onde operamos.
Em 2018, e em reconhecimento do desempenho em mais de 300 indicadores sociais, ambientais e de governance, o Grupo não só manteve a inclusão no índice Euronext Vigeo-Eiris Eurozone 120, como também foi incluído, pela primeira vez, no índice Euronext Vigeo-Eiris Europe 120, sendo o único retalhista português a figurar neste índice.