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O Ano em Revista

O nosso laboratório de biologia molecular reforçou a nossa capacidade de verificarmos a autenticidade e a qualidade dos alimentos.
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COMBATER A FRAUDE ALIMENTAR


O rótulo é o elemento que descreve todos os dados importantes sobre cada produto, como é o caso da sua composição, origem, dados nutricionais, existência de alergénios, data de validade e instruções de utilização. É a partir do rótulo que os consumidores escolhem muitos dos alimentos. Na base de tudo, está a confiança de que o produto que se está a comprar respeita integralmente aquilo que o rótulo anuncia. 

A nossa reputação e a das nossas insígnias está intimamente ligada à qualidade e à segurança alimentar dos produtos que vendemos. Enquanto retalhistas alimentares com mais de 5.000 lojas em três países, temos a responsabilidade de zelar por essa qualidade e segurança dos produtos das nossas Marcas Próprias e dos perecíveis (frescos e comida pronta). 

Um investimento único

Em 2021 criámos o nosso próprio laboratório de ADN, o primeiro do género em Portugal detido por uma empresa privada de distribuição e um investimento raro na Europa. O plano já estava em andamento, mas ganhou novo fôlego durante a pandemia. Com a pressão para se identificarem novos fornecedores e se reporem stocks, os desafios em termos de segurança e autenticidade alimentar tornaram-se muito mais exigentes a nível global. Este laboratório nasceu assim da necessidade de aumentarmos a capacidade de controlar a autenticidade e reduzirmos a probabilidade de fraude.

O laboratório está localizado nos arredores de Lisboa e, para além de testar produtos das Marcas Próprias do Pingo Doce e do Recheio, também presta serviço à Ara e à Biedronka. Ter um laboratório próprio ajuda ainda a sensibilizar os fornecedores para que usem ingredientes de alta qualidade e respeitem aquilo que está acordado.

Selo de aprovação

Produtos como especiarias, chás e outros produtos perecíveis de origem vegetal, estão sempre no radar do laboratório e dos técnicos que ali trabalham. São mais suscetíveis de adulteração, não só pelo seu elevado valor comercial, mas também porque uma eventual contaminação pode ser difícil de detetar. 

Sofia Nogueira, a responsável pelo laboratório, explica que “se for detetada adulteração, a pessoa responsável pela qualidade é informada que o produto não está conforme com a informação que consta no rótulo”, sendo depois a área da qualidade que avalia as informações e notifica o fornecedor. Sofia Nogueira distingue aquilo que é a fraude óbvia daquilo que é a contaminação cruzada não intencional, dando o exemplo que “numa fábrica que produz enchidos de porco e enchidos de frango, pode haver resíduos de uma produção anterior se a máquina não for devidamente limpa”, o que pode levar a que “vestígios de carne de porco possam ser detetados nas linguiças de frango”. 

Estilo CSI

A identificação de todos os componentes é importante de modo a que se possam defender os consumidores de estarem a comprar alimentos contendo traços não especificados de ingredientes, aos quais podem ser alérgicos. A origem real de um produto alimentar só pode ser identificada em laboratório, executando testes PCR baseados em ADN. Para ler as sequências do material genético, o nosso laboratório recorre ao NGS – Next-Generation Sequencing, uma das tecnologias mais avançadas da atualidade. Esta tecnologia permite detetar todos os ingredientes presentes no produto alimentar.

Uma análise a alimentos é composta por três fases. A primeira é extrair o ADN de dentro das células. No caso de uma pizza congelada, por exemplo, o primeiro passo é “tirar uma porção representativa da amostra” o que, neste caso, quer dizer, por exemplo, retirar uma quantidade generosa de pedaços de fiambre que estejam na pizza. Esses pedaços são depois misturados para formarem uma pasta homogénea da qual se extrai uma porção. Na fase seguinte, o ADN é copiado milhões de vezes usando a técnica de PCR e, finalmente, é processado por um dispositivo específico que faz a leitura das sequências de ADN. A comparação com uma base de dados permite identificar as várias espécies animais e/ou vegetais que estão nos alimentos.

Saber mais sobre fraude alimentar

Que procedimentos são fraude alimentar?

  • Ato deliberado de substituição total ou parcial de espécies de alto valor por outras de menor valor.
  • Diluição – mistura de uma substância com outra de menor valor.
  • Ocultação – adição de substâncias não especificadas para aumentar a quantidade do produto.
  • Rotulagem incorreta – colocação de alegações falsas sobre a origem de um ingrediente.
  • Falsificação.

A fraude alimentar é exclusivamente motivada pelo lucro e são várias as notícias que mostram a importância de vigiar as potenciais ameaças à saúde pública. Na Europa, a cooperação entre forças da autoridade de vários países tem permitido identificar várias situações. A título de exemplo, entre 2021 e 2022, foram retiradas 27.000 toneladas de alimentos das prateleiras de supermercados europeus. Os dados da Europol indicam que foi encontrado atum estragado, vodka falsificada com metanol e vitaminas falsificadas, entre outros produtos. No caso das bebidas alcoólicas, foram apreendidos 15 milhões de litros fraudulentos.

O que fizemos

Conheça os nossos principais indicadores de desempenho em 2022.

Como fazemos a diferença

Saiba como agimos enquanto cidadãos corporativos responsáveis.

Mensagem do Presidente

Leia a mensagem de Pedro Soares dos Santos.

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Para informação mais detalhada, pode descarregar aqui o Relatório e Contas na íntegra ou dividido por capítulos.